Pesquisa aponta que 93% das empresas serão negativamente impactadas pela Reforma Tributária

Desde a promulgação da Reforma Tributária, que deu origem à Emenda Constitucional 132/2023, o cenário empresarial brasileiro já se depara com desafios importantes, que devem perdurar pelos próximos 10 anos.

 

A Reforma Tributária, um marco legislativo aguardado e temido, bate à porta. Mais de 7 milhões de empresas serão impactadas com a Reforma Tributária, de todos os setores e tamanhos. E muitas já estão preocupadas principalmente em como se preparar para tantos impactos iminentes.

 

Para calcular o efeito do novo texto nas empresas, é necessário realizar o reprocessamento dos dados do SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), uma operação que engloba todas as informações fornecidas pelas empresas à Receita Federal. A partir daí, é possível recompor todas as bases tributárias e calcular seus efeitos a partir da Reforma Tributária.

 

Para tornar essa tarefa mais rápida e automática, foi lançada no mercado a “Calculadora da Reforma Tributária”, desenvolvida pela empresa ROIT e que está sendo utilizada desde 20 de dezembro do ano passado, com a promulgação da Emenda Constitucional 132/2023. Mais de 1.000 empresas já foram analisadas pela solução, com um faturamento conjunto anual superior a incríveis 1,3 trilhão de reais.

 

O resultado é surpreendente e preocupante.93% dessas empresas serão negativamente impactadas de alguma maneira pela Reforma Tributária e apenas 7% delas terão a verdadeira neutralidade ou cenários favoráveis com a Reforma Tributária

 

Uma rede de varejo, que utilizou a calculadora, percebeu que haveria um aumento de 3,2% na carga tributária e um impacto significativo no fluxo de caixa. Isso desencadeou um plano de ação para reestruturação de operações, que deve começar ainda em 2024, minimizando o impacto nos resultados quando a implementação da reforma começar a valer.

 

Outra situação é a de um grupo empresarial do setor de importados que, ao simular cenários, identificou a oportunidade de alterar sua estrutura societária e até mesmo seu modelo de negócios, com eliminação de distribuidores e revendas, para focar em vendas diretas, sem os impactos da cumulatividade tributária atual e, principalmente, em razão do “fim” do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

 

Outros impactos percebidos serão: necessidade de mudança da sistemática de gestão financeira em razão da imposição de lançamento dentro de cada mês de todas as compras, aumento de honorários contábeis de forma expressiva com a necessidade de operacionalização adicional dos novos tributos e aplicação das regras de transição, redução expressiva da sonegação e necessidade de caixa e capital de giro para suportar a mudança temporal no recolhimento e na compensação de tributos.

 

Com todos os desdobramentos já citados, é fato que muitas empresas vão precisar se reinventar, até mesmo em modelos de negócios, demandando planejamento financeiro e econômico, não apenas tributário.

 

A Reforma Tributária não é apenas uma mudança legislativa; é um sinal de alerta para a necessidade de adaptação e inovação constante no mundo dos negócios, que começa agora, em 2024. Empresários e empreendedores devem aproveitar este momento como uma oportunidade para fortalecer, modernizar e preparar suas empresas para um futuro competitivo e sustentável